Impulsionado pelo crescimento do agronegócio, o segmento de máquinas e implementos agrícolas registrou a melhor série histórica de vendas dos últimos 20 anos. Mas será que a indústria está preparada para atender a essa demanda?
Fizemos esse post para você ficar por dentro dos principais acontecimentos e entender quais são as tendências para o próximo ano. Boa leitura!
Cenário atual
A colheita recorde de grãos na safra 2020/21 somada à valorização do dólar perante à moeda brasileira resultou em ganhos expressivos para produtores exportadores, que por sua vez, resolveram investir na atualização do maquinário agrícola.
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) só no primeiro semestre deste ano as vendas de máquinas agrícolas cresceram 56%.
Com uma boa rentabilidade causada pela colheita recorde e pela alta do dólar, produtores rurais investiram em adquirir novas máquinas e implementos agrícolas.
Segundo a Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), no primeiro semestre desse ano foram comercializadas mais de 25 mil máquinas agrícolas, número 34,6% maior do que no mesmo período de 2020.
Entretanto, alguns modelos de tratores e colheitadeiras estão com as entregas previstas somente para 2022. Isso porque o setor vem enfrentando algumas dificuldades para atender a essa alta demanda, como explicaremos a seguir.
Falta de matéria-prima e problemas logísticos
Por volta dos meses de maio e junho deste ano, a maioria das fabricantes de máquinas e implementos agrícolas já havia fechado a carteira de pedidos. Compras realizadas depois desse período tiveram entregas agendadas somente para 2022.
Isso está ocorrendo devido à escassez de matéria-prima para fabricação das máquinas. Aço, peças, componentes e pneus estão em falta no mercado, já desde julho do ano passado. A indisponibilidade de semicondutores, usados em máquinas mais tecnológicas também é outro fator que está afetando a indústria.
Esse cenário está levando as fabricantes a terem que importar esses itens para poder dar andamento aos pedidos. O prazo de entrega das máquinas e implementos passou de 60 para 150 dias, em alguns casos.
A pandemia afetou a logística de diversos setores, entre eles o de máquinas agrícolas.
Entretanto, até as importações não estão sendo fáceis, existe também um problema logístico afetando o segmento. Navios e contêineres também estão em falta. O grupo CNH Industrial, detentor das marcas Case e New Holland, precisou recorrer ao uso de aviões para poder trazer peças e pneus do exterior.
Importar a matéria-prima para fabricação das máquinas não só faz aumentar o prazo de entrega das mesmas, como encarece o produto final, principalmente nesse momento de valorização do dólar.
Porém, com o avanço da vacinação e uma tendência à normalização do mercado, a cadeia de suprimentos para fabricação das máquinas agrícolas deve normalizar, tornando possível o atendimento à demanda.
Com tudo isso em vista, veja a seguir quais são as previsões para o mercado de máquinas e implementos agrícolas para 2022.
Expectativas para 2022
Para o ano que vem, espera-se ainda uma boa demanda, porém mais contida. A quantidade de pedidos deve estabilizar, mas em níveis mais altos do que em anos anteriores.
Existe uma tendência de áreas dedicadas somente à pecuária serem transformadas em campos de lavoura, ou de adotar o sistema integrado de lavoura pecuária, o que deve acarretar em movimentação para o setor de máquinas e implementos.
Outro fator que também pode impulsionar as vendas do setor é a volta das feiras agropecuárias presenciais, que são responsáveis por um quase um terço dos pedidos deste segmento.
A expectativa está alta para a volta dos eventos agropecuários de forma presencial.
Um exemplo é a Agrishow, em Ribeirão Preto/SP, que estava suspensa há dois anos, devido a pandemia da Covid-19. O evento é uma das maiores feiras agrícolas no mundo, reconhecida como palco dos lançamentos das principais tendências e inovações do agronegócio.
Entretanto, alguns outros fatores, como o desempenho da colheita da safrinha no Brasil, os números de colheita no mercado exterior e o valor do dólar também devem influenciar esse mercado. No momento, já sabemos que, devido aos fatores climáticos, a safrinha não obteve o rendimento que os produtores estavam desejando.
Comércio online de máquinas seminovas
Como alternativa à dificuldade da indústria em atender a alta demanda, e também ao aumento do preço das máquinas causado pela necessidade de importação de matéria-prima para fabricá-las, existe o comércio de máquinas e implementos agrícolas seminovos e usados.
Tanto em leilões online quanto em anúncios de venda em marketplaces, produtores estão fazendo o mercado girar. Além da disponibilidade imediata, os preços também são mais convidativos.
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