O espinafre é uma hortaliça muito consumida no Brasil, tanto crua como em diversas receitas. Além de muito apreciada na culinária, essa planta também apresenta diversos benefícios ao organismo, tendo uma composição rica em vitaminas, minerais, proteínas, bem como em substâncias antioxidantes e compostos bioativos.
São duas as espécies de espinafre mais conhecidas, o verdadeiro e o da Nova Zelândia que, apesar de serem consumidos da mesma forma, pertencem à famílias distintas e apresentam características diversas.
Sendo assim, neste post abordaremos um pouco mais sobre essas espécies de espinafre, seus benefícios, suas principais características, além de ensinar como plantá-lo. Vamos lá?!
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Aspectos gerais do espinafre
O espinafre é uma hortaliça folhosa de coloração verde-escura que apresenta uma composição rica em vitaminas, proteínas e minerais. Existem duas principais espécies dessa hortaliça que, apesar de serem conhecidas como espinafre, apresentam características bastante diferentes entre si: a Spinacia oleracea e a Tetragonia tetragonoides.
A espécie Spinacia oleracea, nativa da Ásia, é conhecida como espinafre verdadeiro e é produzida em larga escala na Europa e nos Estados Unidos, já que aprecia climas frios. Pertence à família Chenopodiaceae, a mesma da acelga e da beterraba, e apresenta folhas grandes, dobradas e levemente crespas, com formato arredondado a lanceolado e tamanho maior próximo à base e menor nas extremidades. Suas flores são amarelo-esverdeadas e seus frutos são do tipo aquênio.
As folhas do espinafre verdadeiro são colhidas ainda jovens, antes do seu ponto de colheita tradicional. Por isso, frequentemente é comercializado como espinafre baby ou mini espinafre.
Já o espinafre Tetragonia tetragonoides, conhecido como espinafre da Nova Zelândia, é uma hortaliça cultivada em climas quentes e muito consumida em países do hemisfério Sul. Nativa da Nova Zelândia, como o próprio nome já diz, essa espécie de espinafre tem ciclo anual e é pertencente à família Aizoaceae.
O espinafre Nova Zelândia é o tipo de espinafre mais consumido no Brasil e apresenta ramagem ereta a prostrada, ramificada, lenhosa na base e de coloração verde-brilhante. As suas folhas são pequenas, planas, lisas e carnosas, de formato triangular e alternadas, além de menores e mais escuras em relação às folhas do espinafre verdadeiro. Suas inflorescências são axilares, com uma a três flores de cor verde a amarela. Já seus frutos são do tipo drupa, com pequenos chifres.
Confira as principais diferenças entre essas duas espécies de espinafre no infográfico abaixo:
Diferenças entre o espinafre verdadeiro e o espinafre da Nova Zelândia.
De acordo com dados coletados pelo IBGE no último Censo Agropecuário, em 2017 foi registrado um valor de produção de espinafre de mais de R$ 50 milhões e o equivalente a 17.413 toneladas. O maior produtor brasileiro é o estado de São Paulo, responsável por mais de R$ 31 milhões da produção, seguindo do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais.
Benefícios do espinafre à saúde
O espinafre apresenta diversas vitaminas, proteínas e minerais em sua composição, como vitaminas A, C, E e as do complexo B, fósforo, potássio, cálcio e ferro. Além disso, é rico em compostos bioativos, como carotenoides e compostos fenólicos (luteína, zeaxantina e canferol), atribuindo a ele propriedades antioxidantes e calmantes, além de ser pobre em calorias.
Vejamos, portanto, alguns de seus benefícios à saúde:
Antioxidante natural: estudos revelam que o espinafre apresenta capacidade de inibir a oxidação do ácido linoleico e eficácia na redução de radicais livres, substâncias que estão diretamente ligadas à patologias crônicas. Esses estudos foram feitos com base na espécie Spinacia oleracea;Auxilia no controle do peso: por ser pobre em calorias e rico em fibras, proporciona saciedade com menor quantidade de alimento e estimula os movimentos intestinais. O espinafre verdadeiro tem 23 kcal/100 g e o espinafre da Nova Zelândia 14 kcal/100g;Beneficia a visão: devido à presença de alguns dos antioxidantes – luteína e zeaxantina – em sua composição, o espinafre ajuda a combater os radicais livres que podem causar danos nos olhos. Além disso, o betacaroteno e a vitamina A ajudam a manter as membranas oculares saudáveis;Previne a anemia: por ser rico em ferro e ácido fólico, o espinafre propicia a formação de hemoglobina e de glóbulos vermelhos saudáveis;Ajuda a controlar a pressão arterial: o espinafre contém boas quantidades de nitratos e potássio que aumentam o relaxamento dos vasos sanguíneos e permitem a melhor circulação do sangue, diminuindo a pressão arterial. Além disso, a presença de magnésio também contribui com a redução da pressão sanguínea.
O espinafre é fonte de diversas vitaminas, minerais e substâncias antioxidantes, proporcionando diversos benefícios ao organismo.
Além dos benefícios citados, o espinafre também ajuda a fortalecer o sistema imune devido às quantidades de vitamina A e C, e reduz os níveis de estresse e ansiedade.
No entanto, é importante ressaltar que o espinafre apresenta um fator antinutricional importante, o ácido oxálico, que pode formar complexos insolúveis com vitaminas e minerais, não sendo recomendado para pessoas que têm tendência à formação de cálculos renais e outros problemas relacionados, como artrite, reumatismo e gota.
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Conservação e consumo
Ficou interessado em incluir o espinafre na sua dieta? Vamos agora à algumas dicas de como conservá-lo e como consumir essa hortaliça.
Dicas de conservação:
Conserve-o na geladeira: por ter uma durabilidade muito baixa, o espinafre deve ser conservado na geladeira, devendo ser mantido por no máximo cinco dias;Lave as folhas: antes de guardá-lo na geladeira, lave as folhas, escorra o excesso de água e coloque-as em saco plástico perfurado ou em vasilha de plástico rígido. É importante não colocar o espinafre no mesmo saco plástico de outras frutas maduras ou hortaliças, pois ficará amarelo mais rapidamente;Congelamento: se optar por congelá-lo, lave bem o espinafre e seque-o com um pano limpo ou deixe-o escorrer naturalmente. Embale-o em saco de plástico e retire o ar. A conservação durará 30 dias;Condição ambiente: é possível manter o espinafre de um dia para o outro em condição ambiente, desde que o maço seja imerso em uma vasilha com água e mantido em local fresco.
A conservação do espinafre é um detalhe importante. Só assim irá proporcionar dos seus benefícios.
Como consumir:
Apesar de pertencerem à famílias diferentes, ambos podem ser consumidos tanto crus como cozidos. No entanto, o espinafre da Nova Zelândia, por possuir folhas mais grossas e com textura levemente áspera, geralmente é consumido cozido, sendo utilizado em saladas apenas quando as folhas são bem jovens.
Antes de levar ao cozimento, lave as folhas do espinafre em água corrente e escorra o excesso. A água que ficar nas folhas já deve ser suficiente para esse preparo, mas, se necessário, acrescente um pouco mais;Com o fim de preservar as suas vitaminas, cozinhe somente até que as folhas murchem e fiquem macias. O cozimento a vapor também ajuda a manter as propriedades;Caso esteja congelado, use água fervente com sal ou diretamente durante o preparo de pratos cozidos.
O espinafre pode ser usado em sopas, suflês e omeletes, bem como recheio ou acompanhamento de massas como macarrão, quiche, tortas, pastéis e assados. Os talos podem ser utilizados em sopas, feijão ou em refogados.
Confira no vídeo abaixo uma receita saborosa de creme de espinafre:
Fonte: Paola Carosella.
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Plantio e cultivo do espinafre
Como a espécie de espinafre mais cultivada no Brasil é a da Nova Zelândia, vamos tratar especificamente do seu plantio e cultivo. A época de plantio varia de acordo com a região do país:
Sul e Sudeste: de fevereiro a setembro;Nordeste e Centro-Oeste: de março a agosto;Norte: de março a maio.
O plantio do espinafre da Nova Zelândia geralmente ocorre por meio de semeadura direta em canteiros ou sementeiras. Para que a germinação ocorra com maior facilidade, é importante deixar as sementes na água durante 24 horas. Além disso, podem ser tratadas com fungicida para a sua desinfecção, evitando a murchidão das plântulas e reduzindo ataques de míldio.
A planta aprecia solos férteis, frescos e úmidos, com boa capacidade de drenagem e retenção de água. Devem ser evitados, portanto, solos compactados, ácidos e com excesso de água. Já a faixa de temperatura ideal para o desenvolvimento do espinafre situa-se entre 15 a 25ºC, sendo 21ºC ideal para a germinação.
O espinafre geralmente é cultivado por meio de semeadura direta, sendo que a sua germinação ocorre mais facilmente quando a semente é mergulhada em água por 24 horas.
Para o plantio, recomenda-se a utilização de 3 g de sementes por metro quadrado, sendo que cada grama contém aproximadamente 100 sementes. Na semeadura direta, o espaçamento recomendado é de 25 cm entre linhas e 10 cm entre plantas, e o plantio deve ser feito de 2 a 3 sementes por cova e de 1 ou 3 cm de profundidade. A germinação ocorre geralmente de 7 a 21 dias.
Já no caso do enraizamento de ramas, estas devem apresentar 20 ou 30 cm de comprimento e devem ser enterradas até pouco mais da metade de seu comprimento. O espaçamento recomendado nesse caso é de 40 cm entre linhas. As irrigações devem ser realizadas diariamente nas sementeiras ou a cada 2 dias nos canteiros.
No que tange à adubação de cobertura, esta deve ser realizada 30 dias após o transplantio e a cada corte aplicar 30 a 50 g de sulfato de amônio ou nitrocálcio (ou 15 a 30 g de ureia) por metro quadrado.
A colheita do espinafre Nova Zelândia ocorre quando as folhas atingirem o tamanho desejado – antes que a planta emita o pendão e forme flores – cerca de 40 a 60 dias após o plantio, sendo cortados os ramos mais desenvolvidos e com folhas tenras. Podem ser realizados cortes sucessivos, pois estimulam a produção de novas folhas.
Ocorrência de doenças no espinafre
Segundo estudos, a principal doença do espinafre é a cercosporiose que é causada pelo Cercospora tetragoniae. Apesar de atingir a cultura com frequência, a doença é de baixa severidade, sendo caracterizada principalmente por manchas circulares e amarronzadas nas folhas, com o centro deprimido e coloração acinzentada.
Os fatores que contribuem para a ocorrência da doença são a alta umidade e temperatura, sendo que o patógeno é disseminado pelo vento.
A cercosporiose é uma doença que atinge o espinafre, causando manchas circulares e amarronzadas nas folhas, com o centro deprimido e coloração acinzentada. Foto: Bernardo de A. Halfeld Vieira.
Para o controle da doença são recomendados:
Destruição dos restos culturais após a última colheita;Evitar iniciar cultivos próximos a lavouras velhas;Adoção de sistemas de irrigação que não promovam o molhamento foliar;Realização de rotação de culturas;Utilização de fungicidas cúpricos, como a calda bordalesa.
E então, gostou do conteúdo sobre o espinafre? Se você é daquelas pessoas que gostam de incluir vegetais diariamente em sua dieta, nossa dica de leitura é o artigo sobre baby leaf de hortaliças. Boa leitura!
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