É frequente na vida do pecuarista ter que lidar com situações associadas à contaminações bacterianas, as quais até mesmo os humanos correm risco de infecção. Esse é o caso da campilobacteriose.
A campilobacteriose em bovinos é uma infecção bastante severa causada por bactérias do gênero Campylobacter spp. Tal infecção costuma estar associada a inúmeras doenças, as de maior interesse para o gado estão relacionadas à infertilidade de vacas e touros em fase reprodutiva.
Embora o ser humano também possa ser atingido por tal bactéria, é nos animais que ela representa maior perigo, inclusive causando prejuízos significativos à produção, seja ela de corte ou de leite.
Se você quer descobrir mais sobre o assunto e compreender detalhes sobre a contaminação da doença, os seus sintomas e tratamentos, permaneça conosco até o final deste artigo. Boa leitura!
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Conheça melhor a campilobacteriose
Segundo autores, a campilobacteriose é uma infecção bacteriana que age no trato reprodutivo, sendo também comumente intitulada em touros como vibriose bovina. Nas fêmeas, a doença causa infertilidade temporária e abortos.
O agente causador mais comum da campilobacteriose é a bactéria gram positiva Campylobacter fetus, que desempenha função característica no sistema reprodutivo dos animais, refletindo em repetições de cio e dificuldades em manter a gestação.
Acompanhar o lote de animais que está apto reprodutivamente inclui observações frequentes e manutenção de histórico reprodutivo, inclusive com anotações.
Além disso, a doença também apresenta um histórico de reduzir a eficiência produtiva de rebanhos em que o manejo reprodutivo ocorre por meio das montas naturais. Isso porque, nesses casos, o aborto tardio costuma acontecer de forma esporádica, muitas vezes despercebido por parte dos tratadores, até que se espalhe e uma boa porcentagem das fêmeas infectadas apresentem o quadro.
Vale lembrar que a campilobacteriose em bovinos é transmitida de forma venérea, ou seja, de maneira sexual durante o cruzamento. Geralmente, os machos não apresentam sinais clínicos do problema, mas muitos deles se tornam portadores e, com o tempo, acabam infectando as fêmeas.
Principais causas da campilobacteriose
Por se tratar de uma doença que ocorre especialmente na monta, tanto as fêmeas como os machos podem ser portadores da doença sem a demonstração clara dos sinais clínicos. Ademais, é importante lembrar que se trata de um agente presente no ambiente de forma geral, sendo o seu controle feito a partir de um manejo de prevenção adequado.
No caso das vacas, a bactéria em questão coloniza a região genital, vagina, cérvix e ovidutos, dificultando a fixação e o crescimento do embrião no colo do útero, levando ao aborto. Já nos touros a doença não tem caráter invasivo, uma vez que está presente apenas na mucosa prepucial, não afetando a produção de anticorpos.
Entretanto, por mais complicado que seja esse processo, as fêmeas após infectadas permanecem como portadoras da bactéria e cerca de 1/3 delas torna-se portadora. Por outro lado, é comum que os touros jovens permaneçam infectados por pouco tempo, recuperando-se espontaneamente.
Ao surgir em um rebanho, a doença tende a se espalhar de maneira muito rápida, sendo que a maior consequência disso é a queda da taxa de concepção, que tende a cair mais de 40%, afetando ainda outros índices zootécnicos importantes. Em rebanhos doentes, o acometimento dos animais pode chegar a 75%, sendo as novilhas as mais afetadas. Caso haja a reincidência da doença, é provável que o resultado seja a infertilidade permanente.
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Quais os principais sintomas da campilobacteriose bovina?
Infelizmente, a identificação da campilobacteriose bovina ainda é bastante complexa graças à ausência de sinais clínicos específicos. Por ser bastante presente e com alta variedade dentro do mesmo gênero, a bactéria causadora da doença acaba não sendo identificada a tempo da realização de um tratamento eficaz, causando perdas contínuas ou intermitentes na produção.
Machos não demonstram sinais de campilobacteriose, por isso a vacinação dessa categoria é fundamental e capaz de interromper o ciclo de transmissão.
O resultado dessa infecção pode ser visto por meio de alguns sinais que levam a sugestionar a doença, os quais:
Estros ou cio irregular;Morte embrionária precoce;Intervalos longos entre um parto e outro;Infecções uterinas;Taxas baixíssimas de concepção;Queda de outros índices zootécnicos de importância;Abortos;Repetição frequente de cio;Infertilidade dos touros jovens sem problemas aparentes.
Algo que também costuma ocorrer quando existe a infecção do rebanho é a infertilidade permanente ou por períodos críticos, o que ocasiona grandes danos produtivos. Ao retomar o estro normalmente, caso a fêmea não receba o tratamento adequado, não há segurança em declarar o animal livre do quadro infeccioso.
Identificar o estro das fêmeas requer observação e conhecimento mínimo do comportamento natural dos bovinos. Atente-se ao treinamento de sua equipe de lida.
Como diagnosticar a campilobacteriose no rebanho?
Devido à ausência de sinais clínicos específicos, a campilobacteriose dificilmente é reconhecida de imediato nos rebanhos. Consequência disso são as perdas contínuas na produção.
Assim, o diagnóstico requer atenção, devendo observar e cruzar as informações com a análise das taxas de concepção, regularidades dos estros e a quantidade de abortos ocorridos em um determinado espaço de tempo. Quando há uma pequena quantidade de fêmeas infectadas, o aborto tardio acontece entre os quatro e os sete meses de gestação.
No entanto, para ter certeza de que a doença está presente, é preciso realizar exames laboratoriais de amostras do esmegma do prepúcio do macho ou amostras cervico-vaginais da mucosa das vacas. Outra boa opção para análise são os tecidos fetais em caso de perdas embrionárias detectáveis.
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Qual o melhor tratamento para campilobacteriose?
É possível evitar a contaminação por campilobacteriose nos meus bovinos?
Um dos métodos mais eficazes para prevenir a campilobacteriose em bovinos é a vacinação do rebanho. Mas vale ressaltar também a adoção de práticas saudáveis e cuidadosas de controle preventivo relacionadas ao manejo, como:
Ao introduzir novos animais no rebanho, certificar-se da procedência sanitária segura do mesmo;Caso não haja histórico sanitário e profilático do animal recém chegado, manter quarentena de observação;Priorizar por manter anotações de histórico e manejo reprodutivo de todos, em especial das novilhas;Atenção ao observar e confirmar o estro de suas matrizes;Cuidar para que as cercas de sua propriedade impeçam que o rebanho invada outros territórios e esteja sujeito à montas descontroladas;Mantenha as condições ideais de alimento e conforto dentro de suas cercas;Atenção a cada animal de seu lote, em especial os aptos a reprodução;Somente utilize sêmen de qualidade e origem garantidos.
Cuidados como esses são muito importantes e têm impacto direto nos resultados positivos da sua propriedade. Lembrando que são cuidados complementares, não substituindo de forma alguma o manejo profilático de vacinação e terapêutico.
Cuidados preventivos ideais: vacinação correta do rebanho
A vacinação regular deve ser adotada como uma prática de manejo de rotina em qualquer rebanho, principalmente naqueles em que a monta natural é praticada.
O manejo ideal de vacinação para campilobacteriose é composto por duas doses, com intervalo de 21 a 30 dias para a primovacinação. Ou seja, a vacinação ocorre no bezerro a partir dos 4 meses de idade e, após cerca de 1 mês, recebe a dose de reforço.
Mantenha no calendário de vacinação dos bovinos a aplicação a cada 12 meses ou 1 vez ao ano da dose contra campilobacteriose. Lembrando que é aconselhável que a vacinação esteja em dia antes da monta ou da época de maior concentração reprodutiva, conhecida como estação de monta.
Para que a sua estratégia preventiva gere efeitos positivos, é preciso vacinar todos os animais, incluindo novilhas, vacas e touros.
Em caso de dúvidas, o melhor a se fazer é consultar um veterinário e perguntar sobre qual a melhor abordagem para resolver a questão.
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E então, gostou desse conteúdo? Complemente a leitura e saiba mais sobre boas práticas na sanidade do gado. Boa leitura!
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