O Brasil possui cerca de 10 milhões de hectares de florestas plantadas e os produtos florestais correspondem a aproximadamente 11% das exportações brasileiras.
Nesse sentido, as máquinas agrícolas para silvicultura estão cada vez mais presentes no setor florestal. Seja para corte, cultivo, processamento ou extração, as máquinas florestais são de extrema utilidade.
Neste artigo, iremos mencionar os tipos de máquinas mais utilizadas, seus benefícios e como elas contribuem para o manejo das florestas. Confira!
Tipos de máquinas para silvicultura
Podemos classificar as máquinas florestais em dois tipos:
Máquinas adaptadas: são máquinas da linha amarela, fabricadas originalmente para os setores de construção civil e mineração, adaptadas para o setor florestal. Alguns exemplos são pás-carregadeiras, escavadeiras e tratores esteira. A escavadeira, por exemplo, pode ter a sua concha substituída por um cabeçote harvester;Purpose-built: são máquinas fabricadas com foco exclusivo no setor florestal.
No Brasil, as máquinas mais utilizadas no setor são as adaptadas, pois as máquinas de base são nacionais, portanto seu custo de aquisição e de manutenção são mais baratos.
Máquinas de corte
Existem diferentes categorias de máquinas de corte, cada uma com características distintas. As máquinas purpose-built apresentam estrutura semelhante às escavadeiras. No entanto, a diferença é a presença de uma grua hidráulica, cabeçote e alguns itens de segurança. Algumas dessas máquinas possuem chassi articulado.
Além disso, essas máquinas podem ser equipadas com esteira ou pneus. As máquinas compostas por pneus facilitam as manobras e são mais ágeis porém, são menos estáveis. Por outro lado, as máquinas equipadas com esteira oferecem maior estabilidade e compactam menos o solo, embora sejam mais lentas e ser menos manobráveis.
As máquinas de corte são complexas e possuem diversas conexões hidráulicas sendo que as mais recentes são equipadas com tecnologia que armazenam informações como a quantidade de madeira processada, número de árvores cortadas, entre outras.
Dessa maneira, os principais tipos de máquinas de corte são:
Harvester
As máquinas harvester são equipadas por um cabeçote harvester que é responsável por “abraçar” a árvore, derrubar, desgalhar, processar e empilhar as toras cortadas.
O harvester possui um cabeçote que abraçam, derrubam, desgastam, processam e empilham as toras cortadas.
Nesse sentido, essas máquinas são indicadas para trabalhar em sistema de toras curtas, tendo uma maior eficiência no sistema de extração de baldeio, em conjunto com o Forwarder. O cabeçote das máquinas harvester pode ser adaptado em escavadeiras.
Para escolher a máquina base e seu cabeçote mais adequados, é necessário observar alguns aspectos como tipo de árvore a ser cortada, quantidade a ser processada, inclinação do terreno, entre outros.
Feller e Feller buncher
O trator florestal, conhecido como feller, é uma máquina muito semelhante ao harvester. Sua diferença está no cabeçote que pode vir equipado com diversas ferramentas de corte como a tesoura, o sabre ou o disco. A escolha do feller composto pelo cabeçote ideal dependerá de fatores como peso, porte e capacidade de acumulação.
Já o feller-buncher é um trator florestal, com estrutura muito parecida com o feller, porém é um cortador-acumulador, possibilitando o acúmulo de várias árvores em seu cabeçote, o que aumenta significativamente a produtividade e o rendimento na silvicultura.
Após a derrubada das árvores, essa máquina é capaz de acumulá-las no cabeçote, formando um feixe, possibilitando o processamento simultâneo das árvores, o que consequentemente agiliza o processo.
Tanto o feller quanto o feller-buncher são máquinas projetadas para trabalhar em sistema de árvores inteiras ou toras compridas. Portanto, essas máquinas são indicadas para processos de extração de arraste, realizado pelo Skidder.
Máquinas de extração
A extração é o processo posterior ao corte e pode ser feita de diversas maneiras. As máquinas mais utilizadas nesta operação são a Forwarder e a Skidder em que a mais indicada irá variar de acordo com o tipo de extração, se em baldeio ou arraste:
Baldeio: neste tipo de extração a madeira é transportada sobre uma plataforma, sem contato com o solo. Portanto, é mais indicado na extração de toras curtas;Arraste: já neste tipo, a árvore ou tora são arrastadas em contato parcial ou total com o chão.
O tipo de máquina deverá ser determinado por meio do tipo de extração e a escolha entre baldeio ou arraste deverá ser determinada com base nas características do serviço.
Forwarder
A forwarder possui uma unidade motriz que inclui uma grua equipada com uma garra e um compartimento onde as toras colhidas são armazenadas e transportadas. Sua principal função é coletar as toras no campo, realizar o carregamento, transporte e descarregamento até o pátio.
O forwarder realiza a coleta, carregamento, transporte e descarregamento das toras até o pátio.
A vantagem da utilização dessa máquina é que ela realiza o transporte da carga sem contato com o solo, o que significa menores danos ao terreno se comparada ao transporte por arraste.
Essa máquina pode ser confundida com os equipamentos autocarregáveis porém, os autocarregáveis são, na verdade, tratores agrícolas adaptados para essa função.
Skidder
Os Skidders são tratores articulados compostos por rodas ou esteiras que realizam o arraste das árvores até a margem da estrada ou pátio. Essas máquinas podem conter uma pá que auxilia na movimentação dos materiais colhidos. São indicadas para o sistema de arraste, ou seja, para transporte de árvores inteiras ou toras maiores. Os skidders podem ser:
Grappe skidder: é o mais comum, também conhecido como skidder de garra. Utiliza uma garra para pegar os materiais, que são arrastados até o local desejado. Portanto, essa máquina é recomendada na movimentação de toras que já estejam empilhadas;Chokker skidder: semelhante ao grappe skidder, porém com um guincho no lugar da garra. Recomendado para pequenas extrações ou toras dispersas;Clabunk skidder: trata-se de uma máquina que une um pouco dos dois tipos anteriores visto que utiliza uma grua com garra para coletar o material e, em seguida, depositá-los sobre uma garra invertida. Dessa forma, é possível trabalhar com uma quantidade maior de material simultaneamente. Por ser muito semelhante a um forwarder, pode ter sua garra substituída por um talhão, transformando-a nessa outra máquina.
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Veja no vídeo abaixo, o funcionamento de um forwarder na colheita de eucaliptos:
Fonte: Mais floresta.
Além de todas essas máquinas citadas, que são as mais comuns, existem também outras adaptadas ou purpose-built. São elas:
Shovel logger: trata-se de uma escavadeira adaptada com um componente específico, utilizado na movimentação de materiais. É uma alternativa em locais onde o skidder ou forwarder não conseguem chegar. Timber hauler: semelhante ao forwarder, trata-se de um caminhão adaptado que pode trafegar em velocidades maiores, com quantidades maiores de carga (de 40 a 60 toneladas). Pode trabalhar inclusive no transporte da colheita até a indústria;Highlander: trata-se de um equipamento híbrido, reunindo as funcionalidades do harvester com o clabunk skidder.
Benefícios das máquinas para silvicultura
As máquinas florestais trouxeram grandes benefícios para o setor. Alguns deles são:
Aumento da produtividade: a utilização de máquinas florestais na silvicultura aumenta significativamente a produtividade. A mecanização das tarefas permite a execução das operações de forma mais rápida e eficiente, reduzindo tempo e esforços necessários nas tarefas. Isso leva à uma maior capacidade de produção e consequentemente, um aumento de rentabilidade;Melhoria da segurança e condições de trabalho: as máquinas agrícolas para silvicultura contribuem para a maior segurança e melhoria nas condições de trabalho aos operadores. Ao substituir as tarefas manuais, as máquinas reduzem os riscos de acidentes e lesões. Além disso, a utilização de sistemas de controle avançados e tecnologia de segurança ajuda a evitar erros humanos e a garantir a execução correta das operações;Redução de custos: a utilização das máquinas na silvicultura aumenta a eficiência operacional, reduz a necessidade de mão de obra, melhora a precisão das operações e minimiza desperdícios. As tecnologias embarcadas em máquinas mais modernas trazem ganhos significativos na produtividade, reduzindo ainda mais os custos operacionais.
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Conclusão
A silvicultura representa um papel importante no cenário econômico brasileiro, sendo responsável por uma parcela importante nas exportações. Além disso, dela extraímos papel, celulose, madeira para construção civil, fibras para fabricação de tecidos sintéticos, entre outros.
As máquinas agrícolas para silvicultura desempenham um papel fundamental nesse setor, otimizando todas as operações. Elas tornam todos os processos mais eficientes e precisos, o que aumenta a produtividade e a lucratividade.
A automação e a conectividade têm guiado o desenvolvimento dessas máquinas, proporcionando notáveis benefícios no setor.
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