Um dos grandes desafios do agronegócio é encontrar alternativas para a rotação de culturas. Para isso, é preciso considerar uma série de fatores, como produtividade, preço de venda e ciclo da planta. Assim, uma das opções que mais tem conquistado espaço é o triticale.
Isso porque tem alto poder de adaptação em condições climáticas adversas e em solos de baixa fertilidade. Outro ponto importante é que é uma fonte de alimento para animais rica em nutrientes essenciais. Desse modo, é uma excelente alternativa para a alimentação animal e também é utilizada no preparo de alimentos para humanos.
Além disso, oferece uma série de outros benefícios. Quer saber mais sobre o tema? Então, acompanhe o post e descubra se essa é uma opção viável para você.
Afinal, o que é triticale?
Triticale (Triticosecale sp. Wittmack) é uma planta híbrida resultante do cruzamento entre o trigo (Triticum spp.) e centeio (Secale cereale). É o primeiro cereal criado pelo homem, que tem conquistado cada vez mais espaço na agricultura. Isso porque combina as características positivas de ambas as plantas, como a adaptabilidade a solos e condições climáticas adversas do centeio e a alta qualidade nutricional e rendimento do trigo.
O triticale é um híbrido resultante do cruzamento entre trigo e centeio.
No Brasil, o cultivo comercial de triticale começou a se desenvolver a partir de 1985, ganhando maior impulso após 1990, especialmente para utilização na alimentação animal, impulsionado pelo incentivo de empresas integradoras de avicultura e suinocultura. Atualmente, essa é a principal aplicação do triticale no país.
O triticale é um cereal anual que cresce até aproximadamente 1,5 metros de altura e produz espigas com grãos semelhantes aos do trigo. É muito resistente ao frio, podendo resistir inclusive à fortes geadas, e pode se adaptar com facilidade a condições variadas de clima e solo.
Além disso, tem alta resistência a diversas doenças e pragas comuns da agricultura. Por esse motivo, ajuda a reduzir os custos com o combate a agentes patológicos no campo. Também, é capaz de se desenvolver bem em solos de baixa fertilidade, o que o torna uma opção atraente para a agricultura em áreas degradadas ou de difícil acesso.
Para que o triticale é usado?
O triticale é um cereal extremamente versátil. Isso porque é rico em proteína bruta e aminoácidos, se comparado à maioria dos cereais. Dessa maneira, é uma opção nutricionalmente valiosa para a produção de alimentos de qualidade.
Na alimentação humana, ele pode ser utilizado na produção de pães, bolos, biscoitos, massas e outros derivados de baixa fermentação.
Por sua vez, na alimentação animal, como já mencionamos, sua principal aplicação no país, pode ser utilizado como pasto na forma de forragem ou, ainda, feno, silagem de planta inteira ou do grão úmido e, ainda, rações com grãos secos.
Também é muito usado na cobertura vegetal para proteção do solo e na adubação verde. Ou seja, o triticale tem uma utilização bastante ampla, o que significa que sua demanda é alta.
O triticale pode ser utilizado na produção de pães, biscoitos e massas, mas sua utilização principal é na forma de forragem ou ainda feno e silagem na alimentação animal.
Quais os benefícios do cultivo de triticale?
Até aqui, você já percebeu alguns dos principais benefícios do cultivo de triticale. Mas é importante conhecê-los em detalhes. Confira:
Adaptabilidade a condições climáticas adversas: o triticale é conhecido por sua capacidade de se adaptar facilmente a solos e condições climáticas adversas, como seca e frio, o que o tornou uma opção atraente para a agricultura em áreas de difícil acesso e principalmente em regiões onde o inverno é rigoroso, como o sul do Brasil;Valor nutricional elevado: o cereal é rico em proteínas, carboidratos, vitaminas e minerais. Por isso, tem sido um ingrediente de boa demanda na indústria de alimentos tanto para humanos quanto para animais;Alta resistência a pragas, fungos e doenças: por ser muito resistente, ajuda a reduzir os gastos com controle de pragas;Melhora da fertilidade do solo: o triticale é muito utilizado na rotação de culturas, especialmente antes do cultivo de soja, milho e feijão, pois contribui significativamente para equilibrar os nutrientes do solo por meio da adubação verde;Retorno rápido: como é uma planta de ciclo curto, permite que os agricultores colham a produção rapidamente para liberar a terra para outras culturas;Ótima opção para a cobertura do solo: é muito utilizado como cobertura na entressafra, protegendo o solo da erosão e da lixiviação de nutrientes.
Leia também: Adubação verde: o que é, espécies usadas e benefícios
Como é feito o cultivo do triticale?
Apesar de se adaptar com facilidade e ter alta resistência, o cultivo do triticale deve atender a algumas especificidades para garantir um bom desempenho e resultar em um produto de alta qualidade. Mas, em geral, por ser um cereal híbrido do trigo e do centeio, obedece a muitas das práticas utilizadas para essas duas espécies.
Semeadura
O primeiro ponto a ser observado é que a semeadura deve ser feita entre os meses de fevereiro e maio. Ou seja, coincide com a época da cultura de trigo nos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.
As sementes devem ser colocadas a uma profundidade entre 2 cm e 5 cm e em linhas com espaçamento de cerca de 17 cm. A densidade de sementes viáveis por metro quadrado varia de 250 a 350, dependendo da resistência ao acamamento, do rendimento de grãos, dos tipos de solo e das épocas de semeadura.
Saturação de bases do solo
Outro ponto essencial é que deve ser feita a saturação de bases do solo para 70%. Embora o triticale tenha boa tolerância à acidez do solo, o recomendado é fazer a correção com o uso de calcário, pois isso contribui para um aumento significativo da sua produtividade. Também é importante realizar adubação nitrogenada.
No entanto, tanto a calagem quanto a adubação só devem ser realizadas após análise do solo. O uso de fungicidas e inseticidas proporciona maior porcentagem de germinação de sementes, garante o estande adequado das plantas e, ainda, fornece maior rendimento de grãos. Então, tenha atenção redobrada com a giberela e a brusone.
Colheita
Por fim, a colheita de triticale deve ser feita com máquina em baixa velocidade e quando a umidade das espigas e dos grãos estiverem entre 14% e 25%. Mas, se a colheita for manual, a umidade deve estar abaixo de 25% e os grãos devem ser secos até atingir 14% de umidade.
Veja no vídeo abaixo, o uso do triticale na silagem:
Fonte: Embrapa.
Conclusão
Como você viu, o cultivo de triticale é uma excelente opção para aumentar a versatilidade da sua produção e, assim, elevar os resultados do seu negócio. É uma cultura de fácil adaptação e muito resistente, trazendo um retorno significativo para a agricultura.
Gostou desse conteúdo? Então aproveite e leia também nosso artigo sobre como identificar e controlar as principais doenças do trigo. Boa leitura!
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